A urgência de resgatar os valores liberais e democráticos no Brasil

O Brasil enfrenta atualmente um desafio crucial em relação à liberdade de expressão e à regulação das redes sociais. Casos recentes de censura e punição a youtubers, humoristas e plataformas como o Telegram têm levantado questionamentos sobre os limites da liberdade de expressão e o papel do Estado na curadoria do discurso público. Diante dessa realidade preocupante, é essencial refletir sobre a importância de resgatar os valores liberais e democráticos que definimos há décadas e que, nos últimos anos, parecem ter sido negligenciados.

O transe brasileiro: da irreverência à tutela estatal

 Nosso país sempre foi conhecido por sua irreverência cultural e capacidade de liberdade de expressão. No entanto, observamos uma transformação preocupante nesse aspecto. A censura e punição a comunicadores, como a youtuber Bárbara, revelam um jogo de gato e rato em que o Estado se intromete na esfera do discurso, algo incompatível com uma cultura minimamente liberal e democrática. Além disso, vemos um movimento de conversão do libertário em regulador, aderindo a um calvinismo woke que busca impor restrições morais e limites à livre expressão.

A ameaça ao Telegram e a arbitrariedade do poder judicial

Um exemplo recente desse cenário é o caso do Telegram, que foi obrigado a se retratar após publicar uma opinião considerada "ilegal e moralmente inaceitável" sobre o projeto de lei das Fake News. Essa situação levanta questões sobre a legalidade e a legitimidade do poder judicial determinar o que é moralmente aceitável ou verdadeiro em uma opinião. Em uma democracia, não cabe a um tribunal julgar e censurar o discurso com base em sua própria interpretação subjetiva da moralidade. Isso viola os princípios fundamentais de uma sociedade democrática.

O papel do cidadão como curador da sociedade

O cerne da questão reside no tratamento dos cidadãos como pessoas adultas e capazes de julgar a veracidade e a moralidade das opiniões. Democracias liberais rejeitam a ideia do Estado tutor exatamente porque optam por confiar na capacidade dos cidadãos de discernir entre diferentes visões e tomar decisões informadas. Cabe aos indivíduos, e não ao Estado, o papel de curadoria do discurso e das ideias na sociedade. Essa é uma escolha existencial que define se desejamos um Brasil pautado pela liberdade individual ou se preferimos uma nação onde o Estado seja o guardião da moral e regulador de piadas, sufocando o debate público.

A urgência de resgatar os valores liberais e democráticos

A saída desse cenário preocupante requer uma profunda reflexão e ação imediata. É necessário resgatar os valores liberais e democráticos que moldaram nossa Constituição há décadas. Devemos reafirmar a importância da liberdade como regra e não como concessão estatal. Caso contrário, corremos o risco de abandonar o "governo das leis" em favor do "governo dos homens", um retrocesso perigoso que coloca em risco as conquistas democráticas alcançadas.

Para construir uma sociedade inclusiva e verdadeiramente democrática, é essencial que os cidadãos despertem para a importância de resgatar os valores liberais e democráticos. Devemos rejeitar a tutela estatal e defender a liberdade de expressão como um pilar fundamental da democracia. Somente assim poderemos evitar a censura arbitrária, o controle excessivo e construir um Brasil em que todos possam participar do debate público livremente, sem temer represálias ou perseguições. A hora é agora, e a voz do povo deve ser ouvida e valorizada na construção de um futuro mais livre e democrático.